Implantação de telessaúde em hospital de alta complexidade: o desafio de construir campo de interlocução entre o desenvolvimento tecnológico e a qualificação em saúde
Palavras-chave:
Telessaúde, Métodos, Gestão em SaúdeResumo
Este artigo visa descrever e analisar o percurso e as construções para implantação da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) em hospital terciário, tendo como objetivo delinear um campo institucional de pesquisa e intervenção relacionado à Telessaúde, contribuindo para mudanças nas relações de pesquisa, ensino e assistência. O estudo compreendeu o período de março a outubro de 2013, com a participação de nove profissionais – membros da comissão de Telessaúde. Foram utilizados conteúdos das reuniões da comissão, cronograma das ações, e a produção gerada a partir do processo de trabalho para implantação do núcleo de Telessaúde. A interdisciplinaridade constituinte dos projetos de Telessaúde está intimamente atravessada pelos modelos estabelecidos nas práticas de saúde e a gestão do trabalho se configura como possibilidade de construir outros tipos de objetos e outras formas de cuidar. A experiência com a implantação da RUTE é uma interessante ferramenta para dar passagem não só ao que exista de mais eficaz em termos de tecnologia da informação e comunicação, procedimentos, e equipamentos, mas também gera a oportunidade de nos remeter à complexidade inerente aos modos de organização do trabalho, viabilizando a amplitude do diálogo entre os princípios do SUS e a formação em saúde.
Referências
Messina LA; Ribeiro Filho JL. Impactos da Rede Universitária: ações de educação contínua, pesquisa colaborativa, assistência, gestão e avaliação remota – RUTE – Fase I – 2006/2009. Rio de Janeiro: e-papers; 2013.
Campos FE; Haddad AE; Wen Chao L; Alkmin MBM. Telessaúde em apoio à Atenção Primária no Brasil. In: Dos Santos, A. de F.; De Souza, C.; (Org.). Telessaúde: Um Instrumento de Suporte Assistencial e Educação Permanente. Belo Horizonte: UFMG; 2006.
Silva AB. Telessaúde no Brasil: Conceitos e Aplicações. Rio de Janeiro: DOC; 2014.
Teixeira CF. Promoção e Vigilância da Saúde no Contexto da Regionalização da Assistência à Saúde no SUS. Cad Saúde Pública. 2002; 18 supl: 153-162.
Silva JM; Caldeira AP. Modelo assistencial e indicadores de qualidade da assistência: percepção dos profissionais da atenção primária à saúde. Cad. Saúde Pública. 2010; 26(6):1187-1193.
Guzmán-Urrea MP. Deficiências en los diagnósticos de las reformas sanitarias de los años noventas en América Latina. Rev Panam Salud Publica. 2009. 25: 84-92.
Franco B. Corpo e instituição: considerações antropológicas e psicopatológicas em psiquiatria institucional. In: Franco B; Franco AP (Org.) Escritos selecionados em saúde mental e reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Garamound; 2005. 73-90.
Mendes EV. As Redes de Atenção à Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Brasília: OPAS; 2011.
Guattari F; Ronilk S. Subjetividade e História. In: Micropolítica. Cartografias do desejo. 4. ed. Petrópolis: Vozes; 1996.
Lourau R. Análise Institucional e Prática de Pesquisa. Rio de Janeiro; 1993.
Merhy EE. A perda da dimensão cuidadora na produção da saúde – uma discussão do modelo de assistência e da intervenção no seu modo de trabalhar a assistência. In: Campos CR; Malta DC; Reis AT; Santos AF; Mehry EE (Orgs.). Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte: reescrevendo o público. São Paulo: Xamã; 1998. 103-20.
Mazmanian PE; Davis DA. Continuing medical education and the physician as a learner: guide to the evidence. JAMA. 2002; 288(9): 1057-60.